UTOPIA E REALIDADE
UTÓPICAS REALIDADES
Um certo dia, naveguei nos sonhos em busca de ilusões. A utopia, na minha alma se assentava como se fosse um hospedeiro da fonte das imaginações. O “caminhar,” não tinha limites no seu percurso nem intervalo no seu tempo, tudo se configurava em utópicas esperanças que alimentava uma vontade de vivenciar outras aspirações.
Parti do nada, do ponto zero, ou seja, da ilusão de posse, queria eu, embebecer meu ego do poder capitalista, do Money, como se fala no inglês popularizado aqui no Brasil. Segui rumo a essa fantasia e comecei a me dispor dela.
Passava nesse instante na minha frente, uma jovem com uma lata recheada de “cola de sapateiro,” então, me dispus da minha condição de rico naquele sonho, e a mandei lhe dar um tratamento de recuperação de drogados.
Mais adiante, me deparei com um casal de mendigos com três crianças ao seu lado, pedindo “esmolas,” chamei-os e lhes dei trabalho, dei a eles o direito de serem úteis e ter um pouco de dignidade.
Caminhei sonhando. Passei em frente a um Hospital Público e presenciei multidões de pessoas doentes, clamando por atendimento médico, contratei de imediato, vários médicos para suprir aquela demanda de pacientes e mandei construir um Hospital com capacidade de atender todas as pessoas (pobres), do país.
Cheguei a uma rua, no centro de uma cidade grande, uma Metrópole, e vi as drogas contaminando várias pessoas de todas as idades e sexo. Pareciam “restos humanos” relegados ao descaso público e ao desprezo da sociedade. De imediato, mandei recolhe-los e os internei em clinicas de recuperação particular, ou seja, os coloquei em lugar onde se paga caro, porém, há assistência.
Chegando a uma praia, no período da noite, presenciei muitas jovens se “vendendo” para praticarem o sexo. É a carne humana sendo trocada por dinheiro (Money); é o comércio do prazer insaciável dos que podem, por serem detentores de recursos financeiros, e a carência financeira do outro lado; é a esnobe capitalista transformando o ser humano em lixo, em resto de gente!
Já não suportando mais continuar sonhando, desejei voltar à realidade, não deu tempo porém, pois eis que na minha frente, passou um bando de "cachorros de rua " esfomeado e doentes, com olhares de tristeza nos olhos, como se estivessem pedidindo ajuda. Mais um passo adiante, e, como se fosse um outro clamor, vi vários gatos abandonados, magros e esqueléticos, consumidos pelo despreso do Homem!
Como tudo tem fim, voltei à realidade e notei uma única diferença da fantasia em que eu estava: Eu não possuo Money! contudo, na realidade, no presente, hoje, são os mesmos problemas que vivenciei nas minhas fantasias ilusória, ou seja, as questões sociais e o descaso Público diante de suas atribuições.
Patos,Pb.28/08/2012
Anchieta Guerra