ANDARILHO DO ASFALTO
ANDARILHO DO ASFALTO
Eu costumo quase que corriqueiramente, todos os domingos,
me deslocar para a cidade mais próxima de Patos PB, São Mamede, que fica a
vinte e dois quilômetros de distancia, aproximadamente.
Nessas minhas viagens, não é raro encontrar pessoas
perambulando no trecho da rodovia da BR- 230, com aspectos de mendigos.
Certamente, são andarilhos, que rumam sem saber pra onde vão nem de onde vem.
Fico muitas vezes imaginando, qual teria sido o
motivo que levou aquela pessoa a tomar essa atitude de sair sem destino pelo
Brasil a fora? O que leva um ser humano a rumar sem rumo? Isso, com certeza,
deve existir uma explicação!
No meu ponto de vista, vejo essa atitude como um
ponto zero de partida. É como se ele estivesse dando um recado pra Sociedade,
que com certeza, o desprezou em algum momento de sua vida, fazendo com que ele
ficasse enojado dela, procurando se afastar o máximo que puder do convívio social.
Acredito, porém, que, em muitos casos, o problema é
originado de uma relação entre pessoas, onde a desilusão, o descrédito, a
decepção, o desengano e outros adjetivos, tomam conta de sua alma.
Tenho vontade muitas vezes, até de parar o carro e procurar
conversar com aquele ser, que, pelo o aspecto, parece mais com um “farrapo
humano”, sem brilho de esperança nos olhos e sem um semblante de pessoa humana.
Mas não me atrevo, pois procuro entender que, se ele verêdou por aquele
caminho, é por que a sua alma está pedindo o isolamento e o silêncio, como um substrato
que serve como alimento, para continuar em vida.
Patos, 21/07/12
Anchieta Guerra